O apagão de ontem e a Telefonica

O GLOBO (ON)LINE
Telefônica terá de indenizar cliente por tempo de interrupção do serviço
A Telefônica tem prazo até a tarde desta sexta-feira para informar ao Procon de São Paulo como pretende ressarcir aos clientes do Speedy o valor da mensalidade correspondente ao período em que eles ficaram sem acesso banda larga à internet. São cerca de 2,4 milhões de assinantes do Speedy, mas nem todos foram prejudicados.
O Procon informou que a empresa pode ser processada e a multa pode chegar a R$ 3 milhões caso não cumpra as exigências do Código de Defesa ao Consumidor. A Anatel informou que vai averiguar a pane. A notificação do Procon vale apenas para os clientes do Speedy.
No caso de empresas, bancos, governo do estado de São Paulo e Prefeitura de São Paulo, as negociações devem ser individuais. A interrupção total começou às 22h de quarta-feira na rede do governo do estado de São Paulo.
A Telefônica informou que o serviço de transmissão de dados e acesso à Internet banda larga foi restabelecido 100% em todo o estado de São Paulo às 23 horas desta quinta-feira, incluindo todos os clientes corporativos, públicos e privados. Segundo a empresa, 80% do serviço havia sido restabelecido às 20h30m, com atendimento total aos clientes da Grande São Paulo, Vale do Paraíba e litoral paulista.
Ainda não se sabe o que motivou a falha nos equipamentos. De acordo com o diretor-executivo do Procon, Roberto Pfeiffer, além da devolução do valor pago pelo período de interrupção do serviço, os clientes do Speedy podem entrar com ação por eventuais perdas e danos provocados pela pane.
Para pleitear indenização, o cliente deve se documentar em relação a todo e qualquer dano em negócio, compromisso ou viagem que deixou de fazer por causa da pane. De acordo com o Procon, a Telefônica só pode se eximir da responsabilidade de conseguir provar que o problema ocorreu por motivo totalmente alheio à empresa.

Serviços públicos e empresas paralisadas
O apagão na internet para os clientes da empresa paralisou vários serviços públicos no estado de São Paulo nesta quinta-feira. Também foram afetados os sistemas de grandes empresas e bancos, como Itaú, Nossa Caixa e HSBC, cujo atendimento ficou prejudicado nas agências. Lotéricas, escritórios e assinantes do Speedy enfrentaram problemas. Serviços públicos, como registro de boletins de ocorrência nas delegacias de todo o estado, a retirada de documentos nos postos do Poupatempo e no Detran ficaram suspensos. Centenas de pessoas que foram aos postos Poupatempo perderam a viagem . O HSBC informou que cerca de 100 agências no estado de São Paulo tiveram o atendimento prejudicado por causa da falha e recomendou aos clientes o uso da central telefônica, o Telebanco. A Caixa Econômica Federal (CEF) informou que 280 casas lotéricas funcionaram com outra operadora de forma contingencial e 170 ficaram com problemas de instabilidade na rede desde o meio-dia de terça-feira. O atendimento ao público, no entanto, continuou. Um grupo de outros 450 estabelecimentos operaram via satélite e não tiveram problemas. No Banco do Brasil, a comunicação de dados com o exterior parou entre 21h de quarta-feira e a manhã desta quinta, quando foi retomado. A Nossa Caixa teve 745 agências e postos de atendimento afetados em todo o estado - apenas 200 conseguiram operar sem problemas.
A Prefeitura de São Paulo também sofreu com o apagão na internet. Em nota, a Prodam , informou que entre 40% e 70% das unidades da administração municipal ficaram sem comunicação.
A rede do Tribunal de Justiça de São Paulo (SJ) parou e o site do TJ, onde os advogados podem consultar sobre o andamento de processos, ficou fora do ar. De acordo com a Prodesp, a companhia de processamento de dados do governo do estado, a pane nos serviços de transmissão de dados e acesso à internet em banda larga da Telefônica paralisou cerca de 6 mil pontos de acesso do governo de São Paulo em todo o estado. A rede do governo, chamada Intragov, tem 12 mil pontos.


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